quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Última semana de Dueto para Um

Primeira direção teatral da atriz Mika Lins, o espetáculo DUETO PARA UM, faz suas últimas apresentações em São Paulo. Em cartaz no TUCARENA, a montagem, narra a história de uma violinista impedida de exercer a sua vocação; condição imposta por uma doença degenerativa – esclerose múltipla – que a retira de cena, no auge da carreira.

Pela atuação no espetáculo, a atriz Bel Kowarick ganhou o Prêmio APCA 2010 de melhor atriz e está indicada ao Prêmio Shell de melhor atriz. Ela divide a cena com o ator Marcos Suchara. A iluminação da montagem, assinada por Caetano Vilela, também está indicada ao Prêmio Shell.

Imperdível!

 

Dueto para Um

DUETO PARA UM – Últimas apresentações – Dias 25, 26 e 27 de fevereiro, sexta-feira e sábado, às 21 horas e domingo, às 19h30, no TUCARENA. Texto – Tom Kempinski. Tradução – Ana Saggese. Direção – Mika Lins. Elenco – Bel Kowarick e Marcos Suchara. Cenografia – Cássio Brasil. Iluminação – Caetano Vilela. Trilha sonora – Marcelo Pellegrini. Duração – 90 minutos. Espetáculo recomendável para maiores de 14 anos. Ingressos – R$ 40,00 (sábados); R$ 30,00 (sextas-feiras e domingos) e R$ 10,00 (alunos e professores da PUC-SP). Ingressos pelo site www.ingressorapido.com.br.

TUCARENA – Rua Monte Alegre 1024 – Perdizes (entrada pela Rua Bartira) – Fone: (11) 4003-1212. Acesso para deficientes físicos. Bilheteria – De terça a domingo a partir das 15 horas. Capacidade – 200 lugares. Estacionamento conveniado – Riti Estacionamentos – Rua Monte Alegre 835 (R$ 10,00). www.teatrotuca.com.br.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Oscar 2011: O Discurso do Rei ou A Rede Social?

No próximo domingo, dia 27 de fevereiro, acontece a cerimônia de premiação do Oscar. Na disputa pelo prêmio principal estão 10 filmes, mas as atenções estão voltadas para dois concorrentes: O Discurso do Rei e A Rede Social. Pelas apostas, um deles ganhará a estatueta tão cobiçada. Vale lembrar que os dois longas também brigarão em outras categorias como Direção (David Fincher por A Rede Social e Tom Hooper por O Discurso do Rei), Ator (Jesse Eisenberg por A Rede Social e Colin Firth por O Discurso do Rei), Roteiro, Fotografia, Edição, Trilha Sonora Original e Mixagem de Som.

Pude assitir aos dois filmes e com a mais absoluta certeza digo que não há nada de tão especial assim nos dois longas. Acredito que os dois – baseados em histórias verídicas – carregam um pouco da atmosfera de uma “fábula”, já que em um, o rei que era gago consegue fazer um discurso e no outro o nerd bobão vira bilionário.

Mesmo sem ser tão especiais, os dois filmes são um bom divertimento. No caso de O Discurso do Rei, as atuações de Colin Firth (favorito ao Oscar de melhor ator, pois ano passado já deveria ter ganho pelo excelente Direito de Amar), Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter são excepcionais, assim como a direção de arte, que recria uma Londres próxima a Segunda Guerra Mundial.

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 Helena Bonham Carter, Colin Firth e Geoffrey Rush em cena de O Discurso do Rei

Já o barato de A Rede Social é poder conferir de perto a história do criador do Facebook, Mark Zuckerberg. O sucesso, as complicações e, porque não, as trambicagens do mais jovem bilionário da história mundial são peças para compreender o mundo atual e a importância, cada vez mais, da internet em nosso cotidiano. Outro destaque é a atuação convicente de Jesse Eisenberg.

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Jesse Eisenberg (segundo a direita) convence no papel do criador do Facebook

Quem leva para a casa a estatueta de melhor filme? O rei gago ou o nerd bilionário? Façam suas apostas! Os dois filmes continuam em cartaz em São Paulo. Até domingo dá tempo de assistir e torcer pelo preferido.

Sylvia Colombo, editora da Ilustrada da Folha de SP, escreveu um texto bacana sobre o assunto em que ela faz uma aposta. Confira aqui.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Oca cheia de água

Um dos lugares mais bacanas de São Paulo para abrigar exposições, a Oca, no Parque do Ibirapuera, já é uma atração pela sua arquitetura. Desde o ano passado o local abriga a exposição Água na Oca, uma viagem interativa, que mescla ciência, arte e tecnologia sobre essa substância fascinante que cobre 70% do nosso planeta.

Fui conferir de perto a exposição e indico o passeio para todo mundo. Dividida em quatro partes distintas, Água na Oca é divertida e ao mesmo tempo didática sem ser chata. O grande lance está na interatividade com a maioria das obras.

Logo que você chega, no piso térreo está a seção denominada Mundo d’Água, que explora a relação entre a água e a vida, sua distribuição no globo, assim como problemas e potenciais. Um dos destaques dessa área é o imenso áquario dividido com espécies de peixes, crustáceos e plantas aquáticas de várias partes do mundo. Um jogo, em fomato de balança, que mostra o que tem mais água na composição, agita os menores. Já para os maiores, um outro jogo multiplayer que desafia os participantes a diferenciar os peixes criados em aquicultura dos que são capturados na natureza, é diversão garantida.

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Jogo cujo objetivo é diferenciar os peixes criados em aquicultura dos que são capturados na natureza

Subindo um andar, temos a seção chamada de Infiltração, onde podemos experimentar a nossa vulnerabilidade dianta da água e o drama das enchentes. Aqui, os visitantes são conduzidos por uma instalação que simula uma casa durante uma tempestade e a ameaça da enchente. Nessa área também podemos conferir como pequenas mudanças de hábito podem economizar água.

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Entrada da instalação que simula uma casa durante uma tempestade

No segundo andar está localizada A Última Fronteira, um dos espaços mais bacanas da exposição. Nele, os visitantes deitam em colchões d’água e assitem a um vídeo projetado no teto da Oca, que mostra desde a superfície da água até o fundo dos oceanos e suas espécies. É uma viagem pra lá de legal e deitar no colchão d’água é tão bom que não dá vontade de levantar mais.

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O fundo dos oceanos é mostrado em vídeo projetado no teto da Oca

Descendo todos os andares até o subsolo, você encontra O Desaguar, uma área destinada às obras de arte que envolvem água, seja como elemento de inspiração ou como material escultórico. O destaque é para a obra Água, do trio de artistas Rejane Cantoni, Raquel Kogan e Leonardo Crescenti, em que um imenso tapete almofadado simula, com ajuda de refletores, um lago. O diferencial é que os vistantes podem caminhar na obra tendo uma sensação de andar sobre a água. É só tirar os sapatos e dar um mergulho.

Outra obra bacana é a da artista Sonia Guggisberg. Batizada de Buracos, é um deque de madeira com vários buracos com projeção de água. Impossível não ter uma ilusão de ótica e achar que dentro dos buracos há água de verdade. O mais legal é que de vez em quando aparecem pessoas nadando. Divertida!

As cinco esculturas do artista londrino William Pye, chamadas Water Sculptures também valem serem olhadas com atenção.

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Visão da obra Água

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Ilusão de ótica na obra Buracos

Uma dica para quem ficou com vontade de visitar a exposição é ir com tempo para poder ver tudo com calma. O passeio também é uma ótima opção para divertir os pequenos (estudantes pagam meia e menores de sete anos tem entrada gratuita). Não esqueça a máquina fotográfica, pois é permitido fotografar sem flash. E o melhor de tudo é que todo último domingo do mês a entrada é GRÁTIS. Então é só se programar, pois dia 27 de fevereiro, último domingo do mês ta chegando.

Serviço: Água na Oca. Pavilhão Lucas Nogueira Garcez – Oca. Av. Pedro Álvares Cabral s/nº, portão 3 – Parque do Ibirapuera. Informações 03007890002. Horários: Terças, quartas e sextas-feiras das 9 às 18 horas; quintas-feiras das 9 às 21 horas e sábados, domingos e feriados das 10 às 20 horas. Até 8 de maio. Classificação livre. Ingressos: R$ 20,00. www.aguanaoca.com.br

Fotos: Filipe Redondo/ Divulgação

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

As 6 horas e meia de O Idiota

Você é feliz? Pode-se dizer que essa simples pergunta é o ponto de partida do espetáculo O Idiota. A obra de Fiodor Dostoiévski, levada aos palcos pela diretora Cibele Forjaz, em seis horas e meia de duração, já é um clássico do teatro paulista. A montagem, em cartaz até 27 de fevereiro no SESC Pompéia, pode ser vista em capítulos, em dias diferentes ou de uma vez só.

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Optei pelo intensivão e numa quarta-feira lá estava eu às 19 horas no SESC Pompéia embarcando nessa agradável viagem. A peça, que aposta na interatividade e num tom mais emotivo, nos apresenta uma história cheia de humor, mistério e romance, ou seja, um verdadeiro folhetim. O Idiota fala sobre a viagem de Míchkin, um príncipe sem dinheiro que regressa à Rússia para procurar uma parente distante após uma temporada na Suíça para tratar de sua epilepsia. No trem que o leva a São Petersburgo, seu destino se cruza com o do impetuoso Ragôjan, um homem bruto recém-enriquecido, apaixonado pela sedutora Nastássia Filípovna, por quem o jovem príncipe também se apaixona, além de se envolver com a sonhadora Aglaia.

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Apesar das seis horas e meia de duração (com dois intervalos, um de meia hora e outro de 15 minutos), o passar do tempo quase não é sentido, pois a montagem exige que o público se desloque, quase constantemente pelo espaço (há vários cenários, fixos e móveis). Nesse vai e vem de cenários, o público mergulha na história e participa da atmosfera do espetáculo, como na primeira cena quando público e atores se misturam dentro de um trem ou quando entramos numa cozinha com direito a  vários cozinheiros preprando alimentos e na festa de aniversário de Nastássia quando o público recebe uma taça de espumante para brindar.

Apesar de toda essa interatividade o ponto alto da montagem é o texto genial de Dostoiévski, que aborda os jogos de poder, dinheiro, sexo e conveniências numa sociedade violenta e corrupta. A direção precisa de Cibele Forjaz é de uma força extraordinária e o elenco dá conta do recado, com ênfase no trio feminino – Lucia Romano, Luah Guimarãez e Sylvia Prado – que dão um show a parte e botam os homens no chinelo. O destaque fica para as cenas finais. A do trepa-trepa (isso mesmo, aquele brinquedo de parques infantis) que faz a vez de um hotel é sensacional.

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O espetáculo acabou quase às 2 da manhã e valeu a pena. Após esse turbilhão de emoções fui para casa tranquilo, confesso que cansado, mas como uma convicta certeza: Eu sou feliz!

O crédito das fotos é de Lenise Pinheiro